Beuys, don´t cry.: Arte não se vende, se faz.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Arte não se vende, se faz.

Acesso à algumas materializações:

2008 - Minha experiência com Yoko Ono: http://yokoonoart.blogspot.com/

2002 - Intervenção "Pessoa em construção"
Uma Vida Kafkiana:
http://vidakafkiana.blogspot.com/
Iconólatra:
http://iconolotra.blogspot.com/

2002 - Conceito de circo em um reino sem pão (Panacéia Quadrienal). http://jornadadoheroi.blogspot.com/

2001- Sementes: http://sementes2001.blogspot.com/

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"Ver e criar uma imagem são a mesma atividade. Aqueles que criam a arte também estão criando os famintos. Nosso mundo é uma ilusão coletiva... É somente através da valorização igüalitária de todo o mundo é que qualquer um de nós encontrará a libertação. Um fim para a história é a nossa exigencia de direito. Continuar a produzir arte é ficarmos viciados em nossa própria repressão. A recusa da criação é a única alternativa para aqueles que querem mudar o mundo.
Desista da arte. Salve os famintos."
-Tony Lowes (Campanha: Desista da arte/Salve os famintos)
- Ver mais sobre: http://www.stewarthomesociety.org/features/artstrik3.htm

Foto: Materialização do conceito:"Arte não se vende, se faz" - Edson Moreira
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Um comentário:

Impressões disse...: Este comentário foi removido pelo autor.; 10 de abril de 2009 às 16:26

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Vejo a arte como meio de expressão, enxergo a idéia como o suporte da obra (para mim a obra é a idéia), sendo então o quadro, a escultura, a música, o livro ou a performance materializações da idéia.
O artista tem como função retratar a realidade do seu tempo, traduzir sua época.Não se trata somente de reproduzir cenas, paisagens ou objetos; o que demonstra habilidade motora, percepção de espaço, cores ou anatomia – o que é muito valoroso, mas sem utilidade social.
O artista de hoje muito mais do que imagens expõe idéias, conceitos (“a idéia se torna a máquina que produz arte” – Sol LeWitt). A sua obra tem valor intangível.
O artista é um observador do seu tempo.
O artista além de retratar o momento histórico antevê fatos e tendências, o que faz com que muitos só sejam reconhecidos anos depois. Ele abraça o presente com os olhos no futuro.
A arte tem como responsabilidade ser não só espelho mas também consciência, instrumento de alerta para o que nos cerca.
A arte verdadeira está dissociada do belo, isso quando o mundo não o é.
A verdadeira arte é agente de transformação.

Na chamada “arte contemporânea” muitas linhas de arte tiveram a sua origem na intenção de artistas que romperam com as idéias clássicas de arte e buscaram criar novas linguagens. Também por outros, mais radicais, que negaram a arte e finalmente por “não artistas” que se deram o direito de usar as ferramentas da arte para se expressarem.
Aqueles que negaram a arte viram a suas intenções corrompidas; viram aquilo que era um projeto de negação na sua essência, ser absorvido, rotulado e a fazer parte da história.
Outras formas, que foram criadas apenas com a intenção (ou necessidade) de expressão, foram elevadas a categoria de arte. Vemos ai que a idéia só é pura na sua essência. Após se materializar, de ser entregue à sociedade, ela toma destino próprio – vem dai outro argumento: a obra é só; seu autor deve deixar de existir.
Seguindo essa linha de pensamento – eu, um não artista – usarei as ferramentas dessa antiarte como expressão.

Aproprio-me de espaços e objetos com o intuito de causar ao mesmo tempo incomodo, provocação e empatia, levando o expectador a ser inconscientemente induzido por momentos a questionar e em outros a se identificar, causando assim o fato transformador.

Cito a frase, para expor a importância de se ver a arte como instrumento de mudança: “Você não pode transformar uma obra, mas a obra pode te transformar”.

Vendo a arte como agente de transformação e não comungando com a idéia de ser a arte férias para uma alma desprovida de descanso, questiono a função da arte como deslumbramento.
Reforço a questão de que sendo a arte retrato de seu tempo, e ele não sendo belo, ela o pode ser?
Dizer que o objetivo da arte é a beleza é diferente de enxergar que uma obra de arte é objeto.
No Dicionário Brasileiro da língua Portuguesa a palavra “Objeto” tem como significado: “Tudo o que se oferece à vista ou afeta os sentidos; matéria, coisa; tudo o que ocupa o espírito”.
Proponho impor que a arte seja vista dessa maneira: algo que se oferece à vista, que afeta os sentidos, que materializa uma idéia e ocupa o espírito.
- Edson Moreira“

...a arte não mais representa as coisas. Pode-se partir de qualquer objeto, não para reproduzi-lo, imita-lo, e sim para “reconstruir” (até mesmo destruir)...o homem comum se sente aterrado, humilhado perante uma arte que não compreende...Ela é feita sem a preocupação de se estar agradando, ela tem que agradar ao artista e só....Toda obra suscita divergências: a uns agrada a outros não....A questão não é que a obra jovem não agrade à maioria do público e sim à minoria. O que acontece é que a maioria, a massa, não a entende....Por outro lado, a arte jovem contribui também para que os ‘melhores’ se conheçam e se reconheçam entre o cinzento da multidão.”- Ortega y Gasset